Segunda Fase, Teorias da comunicação pt.I

março 16, 2016

Teoria do Agendamento





A Teoria do Agendamento ou Agenda - setting estuda a influência da imprensa na formação de correntes de opinião pública.


O primeiro estudo, ocorreu em 1972 por Maxwell McCombs e Donald Shaw, embora sua essência tenha sido indicada no ano de 1922, por Walter Lippmann em sua obra clássica "Public Opinion".



Segundo Shaw:
em consequência da ação dos jornais, da televisão e dos outros meios de informação, o público sabe ou ignora, presta atenção ou descura, realça ou negligencia elementos específicos dos cenários públicos. As pessoas têm tendência para incluir ou excluir dos seus próprios conhecimentos aquilo que os mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo. Além disso, o público tende a atribuir àquilo que esse conteúdo inclui uma importância que reflete de perto a ênfase atribuída pelos mass media aos acontecimentos, aos problemas, às pessoas. (apud WOLF,1999.p.62)

Essa teoria demonstra que a mídia pode ter efeitos diretos sobre as pessoas, dizendo às pessoas sobre o que pensar, como afirma Cohen:

a imprensa pode, na maior parte das vezes, não conseguir dizer às pessoas como pensar, tem, no entanto, uma capacidade espantosa para dizer aos seus próprios leitores sobre que temas devem pensar qualquer coisa (apud WOLF, 1999.p.62)



Quanto a teoria do agendamento e os diversos tipos de agenda, encontramos: 



  • agenda individual ou intrapessoal - corresponde às preocupações sobre as questões públicas que cada indivíduo interioriza;
  • agenda interpessoal - são os temas mencionados nas relações interpessoais, percebidos por cada sujeito e discutidos nas suas relações; 
  • agenda da mídia - é o elenco temático selecionado pelos meios de comunicação; 
  • agenda pública - é o conjunto de temas que a sociedade como um todo estabelece como relevante e lhes dá atenção 
  • agenda institucional - são as prioridades temáticas de uma instituição.

Relativo a função da teoria do agendamento...

A função de agendamento, é um processo de três níveis: agenda midiática , que são as questões discutidas na mídia; agenda pública, que são questões discutidas e pessoalmente relevantes para o público; e agenda de políticas, que são as questões que gestores públicos consideram importantes.

Efeitos da Agenda - Setting

Em estudos realizados por Hohlfeldt, alguns conceitos básicos são apontados e utilizados para determinar o efeito do agenda setting:

  • Acumulação: capacidade que a mídia tem de dar relevância a um determinado tema, destacando-o do imenso conjunto de acontecimentos diários;
  • Consonância: apesar de suas diferenças e especificidades, os mídias possuem traços em comum e semelhanças na maneira pela qual atuam na transformação do relato de um acontecimento que se torna notícia;
  • Onipresença: um acontecimento que, transformado em notícia, ultrapassa os espaços tradicionalmente ocupados a ele. O acontecimento de polícia pode ser abordado em outras editorias dos meios de comunicação;
  • Relevância: quando um determinado acontecimento é noticiado por todos os diferentes mídias, independente do enfoque que lhe seja atribuído;
  • Frame Temporal: o período de levantamento de dados das duas ou mais agendas
  • Time-lag: é o intervalo decorrente entre o período de levantamento da agenda da mídia e a agenda do público, ou seja, como se pressupõe a existência e um efeito da mídia sobre o público;
  • Centralidade: capacidade que os mídias têm de colocar como algo importante determinado assunto;
  • Tematização: está implicitamente ligado à centralidade, pois é a capacidade de dar o destaque necessário (sua formulação, a maneira pela qual o assunto é exposto), de modo a chamar a atenção. Um dos desdobramentos deste item é a suíte de uma matéria, ou seja, múltiplos enfoques que a informação vai recebendo para manter presa a atenção do receptor;
  • Saliência: valorização individual dada pelo receptor a um determinado assunto noticiado;
  • Focalização: é a maneira pela qual a mídia aborda determinado assunto, utilizando uma determinada linguagem, recursos de editoração.

E ainda o Efeito Ótimo que segundo George, seria o período em que se estabelece a máxima associação entre o empolamento dos temas, por parte dos mass media, e o seu realce nos conhecimentos do público.(apud WOLF.1999.p.74).


Conclui-se assim que, nessa teoria, os assuntos que as pessoas dão mais atenção são os escolhidos pela mídia, pois, o telespectador e/ou leitor recebe uma noticia mediada pelos jornalistas e a mídia em geral, no que quer dizer, que, a noticia nem sempre condiz com a realidade. Como já falamos aqui, a mídia não vai te dizer em como pensar, mais vai pautar o que deve ser pensado.

Macete Mundo Acadêmico







Fontes:

WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa: Presença, 1999. Disponível em: < http://jornalismoufma.xpg.uol.com.br/arquivos/mauro_wolf_teorias_da_comunicacao.pdf> acessado em Janeiro.2016.

 BRUM, Juliana de. A Hipótese do Agenda Setting: Estudos e Perspectivas. Disponível em <http://www.razonypalabra.org.mx/anteriores/n35/jbrum.html> Acessado em: Janeiro.2016


PORTO, Gabriella. Teorias da Comunicação. Disponível em: <http://www.infoescola.com/comunicacao/teorias-da-comunicacao/> Acesso em Janeiro de 2016



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